Legging, isso é o que o deixa louco. A cada esquina que ele cruza, a cada rua que passa, os seus olhares secam suas prezas. Acredito que o termo que melhor definiria a atração por tal peça do vestuário feminino seja “mistério”. A coisa do enigma, da causa oculta. O que haveria debaixo das tramas daquele tecido? Ele continua. Atravessa avenidas. Costura por entre pedestres. A tez perde-se no preto, azul metálico, vermelho, zebra. A forma, não o conteúdo, esse é o objetivo mais que estético. Carnal! E como ficam belas as carnes coloridas! Nosso amigo tem claras distinções, porém, o tal “legging” embaralha a sua razão. A moda pode ser cíclica, essa não é a questão. Outras calças coladas já adornaram belezas. Tão lhe pouco interessam coisas como modelagem, tipo de tecido, tendência. Aliás, que porra é tendência? Voltemos ao nosso amigo. Seus ruivos cabelos e sua cabeça proeminente só ressaltavam sua tara. O sexo, por vezes dividido, era o ponto de restauração. Mas as coxas e a bunda eram as campeãs. Claro, a obra de arte deve ser observada integralmente, mas o observador pode transcender e abordá-la em pontos de vista diversos. Isso o nosso amigo sabia fazê-lo. ---Um esteta! Diria o artista. -És cátedra, mestre! Diria o filósofo. -Tarado! Diria minha vó. -Filho da Puta! Diria a gostosa ao receber um grosseiro elogio dele.
Com relação à legging, eu concordo com nosso amigo parafraseando
Florbela Espanca: Um sonho de magia e de pecados!
Por Marcelo Letal
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