domingo, 27 de dezembro de 2015

Sedas e estilete



Sedas e estilete
Nunca escrevi para um blog e confesso que até bem pouco nem sabia direito o que vinha a ser um. Pois bem, a pedidos da “patroa”, agora no sentido literal, começarei uma série de textos de tema livre. 
Tendo voltado de SP recentemente, lembrei-me de uma história ocorrida na primeira viagem que fizemos à Sampa. Vamos lá...
Aeroporto Internacional Dep. Luís Eduardo Magalhães, outrora saudoso 2 de Julho, check-in feito, entrega das bagagens  a serem despachadas no porão da aeronave.  No caminho para a sala onde os passageiros e as bagagens de mão passam pelo raio x, ríamos da pergunta que o funcionário do check-in havia feito: “Algum objeto perfuro-cortante ?”...
Jell foi a primeira a passar pelo raio x, juntamente com seus pertence e bagagem de mão. Em seguida foi a minha vez. Passei a primeira vez e sob o olhar curioso das funcionárias da Infraero. Foi solicitado que passasse pela tal máquina, junto aos meus pertences, mais uma vez e, prontamente, atendi ao pedido.  Saguão cheio e os olhares já se voltavam para gente, quando as funcionárias da Infraero pediram que minha bagagem de mão passasse mais uma vez pelo raio x. Já era a terceira vez que a minha mochila passava por tal procedimento quando uma das funcionárias perguntou se estávamos levando um estilete na bagagem, coisa que me fez rir e deixou Jell irritada a ponto de dizer em voz alta: “Estilete?! Nós nem temos estilete!”. O que atraiu ainda mais a atenção dos demais passageiros no saguão. Para resolver logo a situação meio embaraçosa que se formara, falei que dentro da mochila estavam objetos pessoais como barbeador, desodorante, perfume, etc. A funcionária continuava afirmando que se tratava de um estilete. A essa altura a mochila já havia sido aberta duas vezes e tinha passado pelo raio x outras tantas quando lembrei que no fundo da mochila estava uma sacola dobrada, sacola que eu usava eventualmente quando ia fazer shows. Retirei essa sacola e abri o seu bolso. Ao colocar a mão dentro do bolso noto que havia algo por lá. Resolvo puxar e, para a minha surpresa, além de uma velha lâmina de estilete completamente enferrujada, saem voando pelo saguão folhas de papel seda Colomy. A essa altura Jell estava completamente envergonhada. Entreguei a “arma branca”, que de branca nada tinha dado o adiantado estado de ferrugem da mesma, à moça da Infraero que segurou pelas pontas dos dedos com cara de nojo e me avisou que teria que jogar fora aquele objeto, enquanto as suas colegas olhavam as folhas de seda que bailavam inocentemente. Pensei em catar as Colomy’s, mas o vento se encarregou de espalha-las e não seria uma boa atrasar ainda mais o procedimento do aeroporto. No caminho da aeronave ríamos enquanto lembrávamos a pergunta feita no check-in quanto ao objeto perfuro-cortante e do que a equipe da Infraero estaria pensando a respeito tanto do velho estilete, quanto dos papéis seda. Seríamos terroristas e durante o voo ameaçaríamos a tripulação com tétano?!
Quanto ao velho estilete, tudo bem.  Já o papel seda, viria a fazer falta depois...


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